Amar e Acolher

Formação em Educação Parental

Como a PARENTALIDADE CONSCIENTE mudou minha vida.

Eu nunca havia escutado e não tenho ideia de como ela veio até mim. Mas, ela veio na hora certa para me salvar!

Me salvar da inconsciência em que eu vivia, me salvar da mãe que eu não queria ser, salvar meus filhos de uma infância de brigas e vazios desnecessários.

Minha intenção aqui não é explicar todo o conceito da parentalidade consciente, mas é claro que implicitamente trarei algumas explicações que ajudarão o leitor a entender como ela me ajudou.

Para isso, antes eu preciso fazer um breve resumo da minha vida até a PC. Esposa e mãe em tempo integral pela primeira vez (sempre trabalhei fora desde da faculdade). Longe das famílias de origem e à princípio sem nenhuma rede de apoio. Vinda de uma educação extremamente autoritária, e reproduzindo o mesmo padrão (que abominava) com meus filhos, na época um bebê, uma menina e um menino entre 6 e 8 anos.

Horas de estudo em livros sobre educação, cursos, mentorias, “gurus” no YouTube; horas de lamentos e de tantos “eu já fiz de tudo”, “não aguento mais”, “não tem mais jeito” e muitas, mas muitas lágrimas. Neste contexto fui apresentada a parentalidade consciente e a uma grande virada de chave!

Se você nunca ouviu falar dela pode pensar que se trata de mais um método para educar seu filho, mas eu te garanto que é muito mais do que isso. E apesar de não ser um manual de “faça isso, não faça aquilo”, trará verdadeira transformação para sua casa, se posta em prática. Ela é uma abordagem onde conhecer o porquê de certo comportamento é muito mais importante que “resolver” o comportamento.

De forma prática, ela te convida a se conhecer melhor, e assim entender porque reproduzimos determinados comportamentos com outras pessoas, como gritar, bater por exemplo. E assim, conscientes, buscamos quebrar ciclos de padrões repetidos inconscientemente. Não mais reagimos no automático, mas agimos com presença.

Para o neurocientista e psiquiatra reconhecido mundialmente por seu trabalho Daniel Siegel, a Parentalidade Consciente é o começo da transformação que ocorre de dentro para fora em cada um de nós, e que reverbera em toda uma geração.

Para Mikaela Övén (fundadora da academia de Parentalidade Consciente) na PC não procuramos por técnicas que funcionem, buscamos criar relações fortes que permitam um desenvolvimento saudável; e quando praticamos a PC não fazemos coisas aos nossos filhos, fazemos COM nossos filhos.

Ainda segundo ela, a principal diferença entre a PC e a corrente mais tradicional da parentalidade, é que, na primeira olhamos para a criança no seu todo (emoções, opiniões, necessidades e desejos) e não apenas o comportamento. “Estamos conscientes que, através deste olhar inteiro, conseguiremos perceber o que é realmente necessário para que o comportamento se altere.”

Assim, a PC abriu meus os olhos me fazendo perceber que eu vivia numa constate luta de poder e de resolução de problemas. Eu olhava o mau comportamento e tinha como meta exterminá-lo, e me esquecia de ver o mais importante: o portador do mau comportamento!

A PC trouxe uma mudança de paradigma, onde ao invés de focar no comportamento, eu foco na relação e no que está por trás do comportamento. O olhar passa a ser de um detetive que olha através do comportamento e não apenas para ele.

Precisamos entender que as crianças estão em constante mudança e aprendizado, mas que os pais na sua maioria desconhecem completamente essas fases. Alguns até sabem o que esperar no desenvolvimento físico, mas e nas questões socioemocionais?

Eu vivia INCONSCIENTE de tudo isso, mas conforme fui aprendendo e praticando na relação com meus filhos, as escolhas foram se tornando mais conscientes, os gritos menos frequentes, as reações menos automáticas e os relacionamentos mais leves e saudáveis.

Como diz a Mikaela Övén, “Num primeiro momento o resultado é comigo mesmo, e num segundo todos vão se beneficiar, porque no fim as relações familiares impactam no mundo”.

Por fim, deixo uma frase e duas perguntas que me ajudaram muito neste processo, e desejo que seja um começo para você se tornar uma mãe/pai consciente:

Ser um pai/mãe consciente significa que temos uma intenção e que nos mantemos conscientes dela quando interagimos com nossos filhos.” (Mikaela Övén)

 

Você sabe qual a sua intenção como mãe/pai?

E qual a sua intenção para seus filhos?

Fontes:

Educar com Mindfulness. Guia de Parentalidade Consciente para pais e educadores. Mikaela Övén

Parentalidade Consciente. Como o autoconhecimento nos ajuda a criar nossos filhos. Daniel J Siegel, MD.e Mary Hartzell, Med.

Taissa Ximenes

Taissa Ximenes

Mãe de 3, Enfermeira, Coach de Pais e Filhos, Educadora Parental com ênfase em Parentalidade Consciente.

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