O cérebro da mãe de um adolescente
O cérebro da mãe de um adolescente É tão surreal! A vida da mulher que é mãe é fora do normal, sendo mãe de um
Formação em Educação Parental
O essencial é invisível aos olhos.
Antoine de Saint-Exupéry
Cuidar é vital e essencial. Para mim, cuidar é um ato de amor.
Lê estas palavras com a certeza de que cuidar é muito mais um ato de amar e de amor do que uma tarefa rotineira ou uma obrigação.
Há pais que cuidam dos filhos, há filhos que cuidam dos pais, há familiares que cuidam de outros familiares, há amigos que cuidam de familiares de amigos, há vizinhos que cuidam de vizinhos, … não importa a relação … há pessoas que cuidam de pessoas. Há vida. Estes são os factos.
Vou escrever sobre uma família com 5 pessoas, onde os pais destas crianças se tornaram cuidadores ainda na infância.
Estas pessoas que se tornaram pais já nasceram cuidadores. A mãe cuidou da sua mãe e da sua irmã. O pai, órfão, cuidou dos sobrinhos e irmãos. Cresceram e tornaram-se pais. Sentem que tem imenso amor para dar. Amam Cuidar. Mas… não cuidam deles. Resultado: Sentem-se exaustos. Sem brilho. Sem rumo de vida e muitas vezes perdidos em si próprios. É como se a sua vida só tivesse sentido quando estão permanentemente ao serviço do(s) outro(s).
Os filhos destes pais estão a crescer e… dão o alerta.
– Mãe, pai, vocês trabalham demais. Por favor descansem mais.
– Podemos ir ver um filme?
– Podemos ir jogar?
– Podemos ir à praia?
– Podemos ir andar de bicicleta?, …
Ouvem respostas do género:
– Dá-me só mais um bocadinho;
– Já vou;
– Estou quase;
– Aindo tenho isto para acabar;
– Agora?! Não me apetece…
– Amanhã, pode ser?
Conheces alguma história semelhante? Acredito que sim.
Esta mãe, de que te falo, sou eu. Esta família que te apresento é a minha. A que estou a gerar. A que está a ajudar-me a Sentir. Libertar-me a e a Ser uma pessoa melhor a cada dia.
São os meus filhos que me lembram a importância de dar e receber.
Escrevo-te de mãe para mãe.
Pensa em quantas vezes ficas para segundo plano? E Quantas vezes te priorizas?
Arrisco escrever que a resposta à primeira pergunta é quase SEMPRE e a resposta à segunda pergunta é quase NUNCA.
Acertei?
Agora escrevo-te de mulher para mulher.
A vontade / necessidade de nos priorizarmos e de cuidarmos do nosso SER é vital e essencial para existirmos.
Partilho uma reflexão.
Talvez sintas que pertences ao grupo de pessoas que pensam e cuidam primeiros dos outros. Se assim for, quero lembrar-te que também tu fazes parte desse grupo… o grupo dos “OUTROS”.
Explico melhor. Se, ainda, te for muito difícil aceitares que mereces cuidar de ti, lembra-te que és parte do grupo “Outros” de alguém. Há no mundo alguém como tu que não se prioriza e cuida sempre primeiro dos outros… e tu és parte desse grupo. Por isso aceita cuidar de ti. Ganha coragem para pedir e tem coragem para ACEITARES ajuda.
Sim é preciso coragem para pedir e aceitar ajuda. Podes sentir-te uma fraude, por precisares de ajuda. É comum. Também me senti assim, mas acredita que és uma pessoa muito mais generosa e gentil contigo se te permitires receber ajuda. Se te permitires receber afetos e mimos.
Mas como? Por quem? Quando? … podes estar tu a pensar agora.
Vou contar-te mais um bocadinho da minha história.
Sou uma mulher ativa, cuidadora (desde que me lembro de existir), empreendedora, mãe de 3 belos rapazes, e… com um padrão bem definido: os outros estão sempre em prioridade. Até que, fruto de muitos ataques de pânico e estados depressivos, percebi que era eu quem tinha de aceitar receber ajuda. Tive de permitir receber cuidados dos outros e aceitar dedicar-me mais tempo e atenção a mim própria. Aprender a estar comigo. De mim para mim.
Foi uma aprendizagem dura e sofrida. Ainda o é, devo confessar-te, mas hoje escrevo-te com a consciência de estou em aprendizagem diária e de que só depende de mim escolher cuidar-me. E não me refiro aos cuidados básicos de higiene e alimentação. Apresento os momentos em que tenho mesmo a consciência de que estou ali para mim. Para respirar e sentir o ar a percorrer o meu corpo. Para olhar a paisagem e agradecer a saúde. Para me espreguiçar e alongar o meu corpo. Para ouvir uma música e dançar durante uns segundos. Para corrigir a minha postura corporal e dizer, nem que seja em pensamento, que mereço uma pausa. Para namorar e enamorar-me. Para passear. Para brincar. Para fazer coisa nenhuma, mas fazendo TANTO… por mim e para mim. E sabes o que é mais mágico? É que é possível ser feito todos os dias. Sim, é mesmo. Eu achava que não, mas é! E os meus filhos já reparam e agradecem. Já é divertido estar no sofá a receber e oferecer mimos. Já é divertido arrumar a casa em família, mesmo que cada um fale das suas dores e desamores. Já é muito saboroso falar do que sentimos. Assumir quem somos. Mas… é uma aprendizagem diária que fazemos com calma, ao nosso ritmo e com muita gentileza.
Tive tanta vergonha e medo em admitir que também me sinto cansada, que também mereço uma pausa. Que não consigo, nem quero fazer mais. Custou-me tanto, mas tanto, aprender que é importante saber dizer não ao(s) outro(s), para dizer SIM a mim.
Pergunta-te quantas vezes te dizes – Não?
E SIM?
Ao tornar-me professora de yoga, facilitadora das jornadas das Emoções e educadora socioemocional, aprendi primeiro a ajudar-me. Escolho diariamente sentir o meu corpo, acolher as minhas emoções e dedicar-me, no mínimo, 5 minutos do meu dia.
Foi fácil? Não. Mas escolhi que fosse SIMPLES.
O método da jornada das Emoções ajuda-me a acolher, identificar e libertar as minhas emoções. Aprendi a falar sobre elas. Incentivo os meus filhos e companheiro a fazer o mesmo. E, para mim, é cada vez mais simples falar do que sinto e perguntar aos outros como se sentem, em vez de perguntar como estão.
São nestes gestos simples, mas muito poderosos, que habitam o autocuidado, a gentileza, o amor próprio e amor ao próximo. Tenho escolhido, em amor próprio, acolher a dor da transformação. Tenho aprendido que às vezes preciso ouvir a raiva, gritar com o medo e deslizar na repulsa para viver com alegria e celebrar em amor.
Partilho contigo as 5 estratégias que uso para me sentir melhor e permitir cuidar de mim, em poucos minutos, mas várias vezes ao dia:
1. Ativar o corpo. Ativar o meu corpo assim que acordo.
Tens o hábito de te espreguiçar diariamente?
2. Hidratar o meu corpo e escolher refeições leves, saborosas, nutritiva, saciantes e baixas em calorias. Tomar o meu café a olhar a paisagem. E música. Em especial quando começa o meu dia.
Que quantidade de água bebes por dia?
3. Definir prioridades. Uma coisa de cada vez. Primeiro o autocuidado, nem que sejam 10’ segundos para respirar fundo e espreguiçar.
De 0 a 10, como é que classificas os teus níveis de Stress?
4. Abrandar. Ao longo do dia, faço pequenas pausas para me espreguiçar com estilo, respirar com calma e dizer-me que sou merecedora de uma pausa. Mesmo que com isso demore apenas 1 ou 2 minutos.
Atenção! Não faças isto: Olha para o teto. Olha para o chão. Espreita por cima do teu ombro direito. Espreita por cima do ombro esquerdo. Respira fundo. Foi bom? Custo ou demorou muito tempo? Repete se te apetecer (sabe bem desobede…SER)
5. Respira com consciência. Diz e faz IES. É o meu método para todas as horas, em especial em estados de elevado stress.
Inspira. Expira e Sorri.
Lembra-te que quem cuida também merece ser cuidado. Cuidar é um ato de amor. Fá-lo também por ti, com gentileza e generosidade pela pessoa bonita que és.
“Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo.” José Saramago.
CEO Associação Sentir. Libertar. Ser
Professora yoga, mindfulness. Educadora socioemocional e facilitadora da Jornadas das emoções.
'Ajudo mulheres a cuidarem de si, sem sentimento de culpa. Com leveza e alegria aprendem a sentir-se muito melhor no seu corpo.'
IG: @sandystarsls | FB: Sentir. Libertar. Ser – Sandra Isabel
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10 respostas
Gratidão, Sandra! Obrigada por nos lembrar de nós mesmas!
Parabéns Sandra, ótimas reflexões de como podemos e devemos nos cuidar para melhor cuidar do outro.
Amei .
Gratidão
Gratidao Sandra pela partilha tão necessária a todas nós, mulheres, mães da sua própria história. Hoje refletia exatamente sobre o autoconhecimento, autocuidado e gentileza comigo mesma. Venho trilhando estes caminhos mas, não é fácil alguém que se dedicou aos outros a vida toda, se cuidar mais. Sua história é exemplo e guia. Parabéns pela caminhada, sucesso.
Amei o teu artigo 💖
Espero e desjo que muitas mulheres, especialmente mães, o leiam e se permitam sentir e acolher o teu gesto de amor e cuidado por elas.
Que todas as mães do mundo aprendam a cuidar de si primeiro para poderem melhor cuidar de quem delas depende ou precisa, e também para educarem os filhos pelo exemplo. Só assim teremos melhores pessoas nas gerações vindouras, mais conscientes e compassivas.
Parabéns!
Pra refletir… Lindo texto 💝🌻
Que linda história e lição de autoconhecimento e cuidado.
Simmmm!, O texto me faz lembrar de respirar , e sentir o momento acontecendo e me acolher, a loucura da forma que queremos administrar e servir o dia todo, faz lembrar que sem nosso cuidado não há corpo ou mente que aguente e assim como cuidar do outro como ele merece ou como queremos, se não damos a nós o que merecemos…Gratidão! Perfeito
Parabéns Sandra que linda reflexão, que historia de autoconhecimento, obrigada por compartilhar com a gente!!
Texto maravilhoso e muito reflexivo!! Parabéns, Sandra!!
Que texto rico. Obrigada por compartilhar conosco Sandra!