Amar e Acolher

Formação em Educação Parental

O Papel do Educador Parental nas relações familiares

Descubra os 4 perfis de parentalidade e você pode ajudar pais a quebrar padrões de comportamento automáticos para se tornarem preparadores emocionais para seus filhos.

Parentalidade Consciente: um novo paradigma na reconstrução de relacionamentos familiares

Imagine essa cena: a mãe prepara um almoço cheio de carinho. Ela passa a manhã fazendo tudo, do jeitinho que o seu filho gosta. 

Agora é meio-dia. Ela está cansada e só quer almoçar tranquilamente com a família. Mas no momento em que eles sentam para comer, a criança simplesmente se recusa a comer e tem a pior reação possível. 

A criança chora, cospe na mesa, derruba a comida, grita e fala que está tudo ruim. 

Nessa situação, existem 4 formas diferentes de os pais reagirem. E é sobre elas que vamos falar hoje.

Toda ação tem uma reação

A reação automática dos pais, diante dos comportamentos dos filhos, está relacionada aos padrões de comportamento que aprenderam durante a sua infância. 

Os pais cresceram, mas os sentimentos ficaram registrados na sua mente e são revelados na maneira como eles lidam com os próprios filhos. Porque a partir deles se desenvolveu um modelo mental de reação, um piloto automático que faz agir antes de pensar.

Parentalidade consciente: luz sobre as sombras

A parentalidade consciente traz à luz esses padrões de comportamentos automáticos, e busca a quebra desses ciclos inconscientes.

Ela questiona o status quo que diz que é normal punir, pregar sermões, gritar e castigar crianças. Ela joga luz nas nossas sombras, e nos questiona sobre os efeitos das nossas ações e reações sobre outro ser humano. Para que então possamos compreender os nossos padrões e agir diferente.

A compreensão sobre o que aconteceu na infância torna possível ressignificar a história e construir conscientemente um novo padrão. Parentalidade consciente não é uma receita de bolo a ser seguida,, é construção diária e autoconhecimento.

Os 4 perfis de parentalidade

Existem 4 perfis comuns de parentalidade, a seguir você vai encontrar as características de cada um deles e orientações práticas para ajudar esses pais a se desenvolverem como pais preparadores emocionais.

O DESAPROVADOR

Pais que seguem esse perfil levam os filhos a obedecer através do cumprimento de regras, sem justificativas ou explicações. Usando o autoritarismo e o medo como ferramentas para conseguir que as suas vontades sejam realizadas.

Nesse modelo não existe espaço para conversas ou troca de opiniões. Não existem tentativas de diálogo ou compreensão das necessidades da criança.

Lembra do nosso caso do almoço? Pais autoritários aplicariam castigo físico ou punições pelo comportamento da criança, sem ao menos buscarem entender o que levou a criança a agir daquela forma.

Como ajudar pais deste perfil:

Ajude os pais a pensarem em áreas nas quais podem estar sendo desaprovadores demais com seus filhos e assim roubando deles a oportunidade de desenvolver a autoconfiança.

Mostre que esse modelo de educação, provavelmente é a reprodução do modelo aprendido pelos seus pais na própria infância, e que existe um outro caminho para exercer a parentalidade que respeita a criança sem ser permissivo.

O NEGLIGENTE

Pais negligentes são aqueles que não negociam e não proíbem. Eles apenas ignoram a criança. Esses pais se isentam da sua responsabilidade de educar a criança e de tomarem decisões.

Quando esse é o modelo de parentalidade predominante, pode acontecer da mãe jogar a responsabilidade da decisão para o pai, e vice-versa. E a criança cresce sem parâmetros ou limites.

Esses pais tendem a acreditar que não importa o que eles façam, a criança não mudará. Por isso optam por não fazer nada: não impõe limites, são omissos e não orientam os comportamentos da criança.

No caso do almoço, pais com esse estilo de parentalidade não fariam nada, porque acreditam que a criança simplesmente não mudará o comportamento.

Como ajudar esse perfil de pais:

Quando você está em um processo de atendimento com os pais e nota que esse é o perfil predominante de parentalidade, é importante conduzir esses pais a entenderem o seu papel e assumirem a responsabilidade pela sua vida e a vida dos seus filhos.

O simples fato de terem te procurado para pedir ajuda, já mostra um importante passo em direção a tomada de consciência da sua parentalidade, e existe o desejo de mudar.

O PERMISSIVO

Dos modelos de parentalidade o que mais é confundido com a parentalidade consciente é o permissivo, porque existe uma crença de que ser um pai preparador emocional é ser permissivo. Só que essa é uma crença completamente equivocada.

Pais permissivos não exercem autoridade, tudo é permitido e não existem limites. Eles são compreensivos, tolerantes e afetuosos em excesso. Com isso, crianças educadas dessa forma não são preparadas para os problemas da fase adulta.

Essas crianças acreditam que tudo podem, as suas vontades precisam estar acima de todos. Porque como os pais desejam que as emoções negativas da criança desapareçam logo, acabam fazendo sempre todas as suas vontades e esperam que os outros tratem seu filho de maneira especial. Dessas crianças são roubadas as habilidades autoconfiança e resiliência. 

O que você acredita que pais permissivos fariam no caso do almoço? 

Provavelmente tirariam a criança da situação, para acalmá-la o mais rápido possível, tentando encontrar outra refeição para ela simplesmente para acalmar a irritação.

Como ajudar esse perfil de pais:

Pais permissivos precisam de ajuda para olhar para as áreas onde estão superprotegendo os seus filhos. Para encontrar formas de deixar as suas crianças a viverem experiências por conta própria e descobrirem suas emoções.

O PREPARADOR EMOCIONAL

Pais que exercem a parentalidade consciente, seguem modelo de preparadores emocionais.

Esse modelo foca na liberdade de expressão e ação, buscando o consenso entre pais e filhos. O relacionamento se baseia na empatia e na conexão dos pais com a criança.

O conceito chave da parentalidade consciente é: educação com firmeza e gentileza. E a firmeza é aplicada em momentos em que a integridade da criança está em perigo, nunca a todo custo para satisfazer o desejo dos pais. 

No nosso caso do almoço, a primeira atitude desses pais seria acolher a criança, nomear as suas emoções e tentar entender o porquê dela estar se sentindo daquela forma. Depois, quando a criança já estivesse calma, buscariam formas da criança entender melhores padrões de comportamento em situações como aquela.

Pais preparadores emocionais:
  • Respeitam as emoções das crianças;
  • Ensinam os filhos a solucionarem os seus problemas;
  • Escutam seus filhos;
  • Demonstram empatia com as emoções e desafios que os seus filhos enfrentam;
  • Ajudam seus filhos a desenvolverem inteligência emocional;
  • Buscam trazer sempre a gentileza, mas se necessário recorrem à firmeza.

 Filhos criados em um estilo de parentalidade consciente, crescem confiando em si, sabem regular as suas emoções e buscar soluções para os seus problemas. Eles respeitam os seus pais, porque se sentem respeitados e atendidos em suas necessidades básicas.

Parentalidade consciente: a chave para relacionamentos familiares mais amorosos.

Pais que estão no caminho da parentalidade consciente são espelhos e assumem a responsabilidade pela sua vida, ações e escolhas, assim como deixam que os filhos assumam as responsabilidades adequadas à sua idade. 

Este é um processo que leva tempo, paciência e consciência. É se perceber e se aceitar, para então olhar para o outro. 

E a parentalidade consciente é a bússola que direciona a construção diária de um novo relacionamento entre pais e filhos. 

Juliana Peterle

Juliana Peterle

CEO da Amar e Acolher e Mentora de Negócios Femininos
"Mulheres mais livres, mais fortes, empoderadas e femininas"

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